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quarta-feira, 4 de março de 2009

A mulher que odiava os homens - 3 - Boa Noite, Cinderela!


- Já que o senhor não me deixa escolha, Senhor Oswaldo, vou ter que apelar para o seu lado espiritual.
- Adianto-lhe que não tenho espiritualidade, Dona Natália.
- Bem, vou ser clara. Eu tenho fotos e vídeos do senhor com suas namoradinhas aqui nessa sala. O senhor anda se metendo com política, portanto, se quiser ter uma carreira bonita e próspera, além, é claro, de manter seu casamento, é melhor que me mandar embora. Eu não quero nada do que é seu, só quero os meus direitos.
- Entendi, Dona Natália. Entendi que você me apunhalou pelas costas. Enquanto eu a tratava como a uma filha, você ficava juntando material para me difamar.
- Eu não queria partir para esse lado, mas o senhor me obrigou a jogar o mesmo jogo que o seu - o sujo. Agora, quando fica pronto os meus papéis?
- Amanhã.
- Amanhã eu venho buscar. Muito obrigado, Senhor Oswaldo, foi realmente um prazer poder ter negociado com o senhor.
Natália levantou-se e saiu da sala sem olhar para trás. Nossa! Ela vencera! Não acreditava como conseguira aquela façanha, mas conseguira. Sem chorar, sem se desesperar, foi dona da situação. Ela era demais, aquela sua nova atitude de vida realmente estava fazendo efeito. E tudo isso por causa de um homem sem escrúpulos, um idiota que a enganara de forma vil. Mas se soubesse que ser enganada a transformaria em uma mulher como aquela, queria ter sido enganada bem antes. Saiu de cabeça erguida, desfilando sua beleza e poder. Agora era tratar de encontrar uma clínica especializada, colocar um silicone básico e começar a usufruir do poder de sedução na luta contra os homens ordinários e mentirosos do mundo.
À portaria encontrou a amiga Ana que veio correndo ao seu encontro:
- Amiga, o que foi aquilo?
- Aquilo o quê, exatamente? – perguntou ela fingindo não saber do que se tratava.
- Você na internet. Como aconteceu?
- Eu na internet?
- Você não viu? O Otávio descobriu ontem num site. Ele pensou que fosse você, chamou-me para ver. Era mesmo você, não tive dúvida. Mas eu nunca poderia imaginar você numa situação como aquela. Amiga, você é louca! Mas deve ter sido super excitante.
Natália desistiu de fingir.
- Não sei se foi. Deram-me um boa-noite-cinderela. Você acha que eu teria coragem para aquilo?
- Não acredito! Coisa do Rodolfo, não?
- Se é. Aquele filho de uma égua me paga.
- Você deveria ir à Delegacia dar parte dele.
- Já fiz isso – mentiu.
- Você está corretíssima... Aonde já se viu fazer um negócio daqueles? Três homens é demais. Eu bem que desconfiei que você não estava normal... só podia ser... drogada.
- Ana, depois eu lhe conto o que vai aconteceu. Agora tenho que ir.
- Tudo bem, amiga. Se precisar pode contar comigo.
- Obrigada.
Natália saiu apressada, passou pelo segurança e nem lhe deu as horas. Ela estava preocupada, agora. Se a Ana tinha assistido àquele maldito filme, era certo que antes do almoço todo o mundo da fábrica já saberia tudo sobre o que tinha acontecido com a tonta da Natália. Que vergonha! Ela estava bêbada, não tinha se dado conta que eles estavam filmando. O Rodolfo a convidara para uma festinha em seu apartamento. Ela fora porque eles já estavam juntos há pouco mais de mês. Quando chegou viu que a festa se resumia a quatro pessoas, ela e três homens, teve vontade de ir embora, no mesmo instante. Mas Rodolfo avisara-lhe que logo chegaria mais gente. Mas não chegou. E Rodolfo empurrou-lhe bebida, uma bebida docinha! Mas quando sentiu os efeitos do álcool foi que o Rodolfo começou a se insinuar. Chamou-a para o quarto, ela estava bêbada demais para recusar. Até então não havia ido para a cama com ele. No quarto ele foi extremamente romântico. Beijou-a intensamente, fez-lhe juras e terminou tirando a sua roupa. Eles se amaram. E quando acabou foi que os outros dois entraram no quarto, com a câmera na mão, rindo e chamando-a de gostosinha. Eles haviam filmado tudo e ameaçavam colocar na internet caso ela não fizesse o mesmo com todos eles. Acuada, mas ao mesmo tempo sem ter vontade ou força para dizer não, ela aceitou. Mas só piorou a coisa, pois eles filmaram tudo. Dias depois descobriu que o vídeo estava na internet. Denunciou o vídeo e conseguiu retirá-lo de circulação daquele site, mas, era tarde, ele já havia se proliferado por inúmeros sites e sites e ela não conseguira excluí-lo. O resultado é que todo o mundo tinha acesso àquela pouca vergonha da qual  ela participara sem saber bem como.
Ah, mas o Rodolfo iria pagar caro por aquela traição, se ia.
Continua...





A partir de amanhã, em Ninho de Risos,
o ilustrador Robson Barbieri
vai postar os seus trabalhos.
As tirinhas, que já divertiram muitas pessoas pelo Brasil,
estarão todos os Sábados no
Momento Robson Barbieri.
Tenho certeza de que irão adorar o
trabalho desse grande artista. 

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