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quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

O livro de uma náufrago 5 - sobrevivendo




Acordei com alguém me estapeando. Pensei que fosse minha mãe que houvera descoberto meu esconderijo de revistinhas pornôs. Quando abri os olhos pude perceber que era um novo dia. Um sol lindo brilhava no céu e uma mulher linda estava sentada sobre minha barriga a me estapear como uma louca. Além da voz, eu podia ouvir o barulho de canto dos pássaros. Eu não estava no outro mundo. Senti uma lufada de vento e a água batendo em minhas costas. Levantei-me tão assustado e impressionado por ainda estar vivo que derrubei Brenda na areia da praia.

Sentei-me e olhei para o meu corpo como a conferir se me faltava algum pedaço, certificar-me de que eu ainda era feito de carne e osso. E eu era. Eu estava vivo, vivinho da Silva. Não me preocupei em saber como acontecera aquele milagre, estar vivo me bastava. Ajoelhei-me na areia e comecei a agradecer a todos os santos aos quais me apegara na luta pela vida.

- Onde estamos? – perguntou-me Brenda.

- Eu não faço a menor ideia - respondi-lhe levantando-se da areia.

- Ai, meu Deus, estamos perdido, numa ilha deserta. O que vamos fazer? Vamos morrer aqui?

- Calma, sua histérica, já nos livramos de morrer no mar, isso já é uma grande coisa, agora, aqui, só é questão de tempo até alguém nos encontrar. Agradeça por estar viva. Cadê o restante das meninas?

- Não sei, só encontrei você na areia.

- Vamos procurá-las.

- Como assim? Quero saber como vamos sair daqui?

- Desculpe-me, mas essa é uma pergunta que não posso responder.

- Mas eu preciso...

- Você não precisa nada. Fica quieta, vamos procurar as outras e ver se descobrimos se existe alguém nessa ilha.

À contragosto Brenda acompanhou-me. Seguimos pela orla pisando a areia quente. Eu tinha comigo que se houvéssemos ido parar ali, as outras também poderiam ter sido jogadas pelo mar no mesmo local. E eu estava certo. Encontramos Fernanda um pouco mais a frente, sentada sobre um tronco seco de um coqueiro, chorando. Ao nos ver correu nos abraçar. Quase que eu lhe disse:

- Até ainda há pouco você fingia que eu era um verme, agora vem me abraçar como a um irmão.

Mas preferi ficar quieto.

- Você viu mais alguém?

- Não.

- Então venha com a gente procurar pelas outras. 
Os três, fomos percorrendo a praia. Andamos muito e nem sinal de alguma delas. Comecei a me preocupar. Será que ficaram no barco ou morreram? Naquele momento minha preocupação maior era encontrar Luana, a minha deusa. Eu sentia que ela estava por ali, em algum lugar. Eu presumia que somente quem estava amarrado àquele barco não havia sido jogado no mar e, até onde eu me lembrava, quando aquela onda nos engoliu, somente o piloto, Rodolfo e a Amanda estavam amarrados. Havia uma grande chance de todas as outras terem caído no mar, e uma chance menor de todas terem sido jogadas naquela ilha. Eu não queria pensar que minha deusa, ou alguma daquelas deusas, houvesse sido consumida pelo mar.

Por fim, encontramos a Aline, sentada na areia da praia com a cabeça enfiada no meio das pernas, chorando. Ao nos ver abraçou-nos como se fôssemos seus irmãos, inclusive eu, que já havia notado que, agora, eu era o mais forte dentre todos, por isso a melhor coisa era se unir a mim, inconscientemente estávamos vivendo uma retrospectiva do homem primitivo que lutava pela sobrevivência, quando o homem era responsável pela caça, pesca e segurança. Eu era o macho predominante e estava certo de que, naquelas condições, eu poderia casar-me com qualquer uma delas, elas me seriam gratas pelo resto da vida, ou, até mesmo, casar-me com todas elas, o que não seria uma má ideia. Imaginei a imprensa me encontrando vivendo com aquelas seis deusas gregas numa ilha deserta. Seria o máximo! O único problema seria que, vivendo com seis mulheres, também, correria o risco de viver com muitos filhos. Sorri dos meus pensamentos enquanto avistávamos a Suzana e a Juliana que estavam juntas,s entadas na areia pouco a frente, certamente tentando avistar algum barco, ou algo que representasse uma salvação. Aproximamo-nos. Juliana correu nos abraçar, mas Suzana se limitou a comentar:

- Achei que vocês todos tinham morrido.

- Como você pode ver, estamos mais vivos do que nunca – respondi revoltado com o comentário um tanto que sem propósito.

Eu tinha comigo que aquela Suzana era lésbica. Não sei se era impressão, mas acho que ela estava preocupada com a minha concorrência. Ela que se ferrasse para lá, eu pouco me importava, aliás, a única coisa que estava me preocupando naquele momento era onde estava Luana. 
Convidei as meninas a me ajudarem a procurar, mas ninguém mais quis redar pé dali, parecia que realmente Suzana era uma espécie de mentora. Eu não me preocupei, segui meu caminho sozinho a procura de Luana, minha vida. E depois de muito andar, acreditando que eu já tinha dado uma volta completa pela ilha, comecei a ficar alarmado. O que teria acontecido à minha deusa?
Continua 



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Mundo Curioso




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