Saltou do ônibus e entrou no quintal de sua casa. O Duque veio lamber-lhe. Ela lhe afagou a cabeça.
- Mamãe voltou, Duque.
Bateu na porta da casa. Um Alberto assustado veio lhe atender.
- Alberto, precisamos conversar – disse ela entrando.
Bem que Alberto tentou impedi-la, mas não conseguiu e ela deparou-se com Soninha sentada à sua mesa da cozinha terminando de mastigar o último pedaço do lanche. Bruna cerrou os dentes, sentiu seu sangue ferver. Era demais. Ela avançou sobre a mulher, grudando-a pelos cabelos e arrancando o lençol do seu corpo.
- Agora você vai aprender uma lição, sua sem-vergonha.
Alberto não fez nada e, mesmo se quisesse, não poderia, já tinha experiência para saber que com Bruna não dava para se meter ou iria apanhar também. Ficou assistindo de camarote a investida de Bruna sobre a frágil e delicada Soninha. É claro que por um momento ele até que achou bem engraçado as duas rolando pelo chão como loucas. Soninha tentando se defender e Bruna como uma cadela enlouquecida socando-a de todas as formas. O fim não é difícil de imaginar, Soninha saiu correndo, nua como estava, cortou a rua e entrou na casa do pai, onde, depois, foi possível ouvir a surra que levou de seu pai. O velho Joaquim podia estar morrendo, mas deixou para morrer depois de moer a filha na cinta.
Bruna, ao final, estava sorrindo para o marido. Alberto não sabia o que dizer e, se diria alguma coisa, antes de sair correndo como sua amante. Foi Bruna quem quebrou o silêncio que se formara entre eles.
-Agora, seu Alberto, trate de entrar, tirar essa bermuda, vou lhe ensinar a nunca mais ter ânimo para olhar para essas cadelinhas da rua. A partir de hoje, todos os dias, o senhor tem compromisso comigo em nosso quarto, e se prepare, se falhar um dia, mato você, entendeu? Já pra a cama.
E certamente aquela foi a primeira de dezenas e, talvez, centenas de noites de amor. Depois disso Alberto não mais olhou mulher alguma que não fosse a sua, sabia que se saísse com mais alguém, à noite, não daria conta da esposa. Era melhor guardar as energias para não morrer cedo, Bruna já havia prometido que no primeiro dia que falhasse ela faria dele um homem sem documentos. Se ele não fosse dela, não seria de mais ninguém.
FIM
A partir de amanhã
A partir de amanhã
Saindo com a mãe de olho na filha –
a história de um cafajeste.
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