O conteúdo desse conto não é recomendado
para menores de 18 anos
XII
- Senhor Pedro, começou o delegado, estive em casa da senhora Olga...
- E aí, Doutor o que descobriu?
- Descobri que o senhor estuprou a filha dela.
- Como assim?
- Ela disse que vai mover um processo contra o senhor. Abriu um BO contra o senhor e amanhã vai nos trazer sua filha para exame de corpo de delito. O senhor está bem encrencado.
- Então vai ter que provar ou a casa vai cair para o seu lado.
- Eu realmente transei com ela, mas porque ela quis, não a forcei a nada.
- Isso será provado no exame, Senhor Pedro.
- Era só o que me faltava. E quanto a Manuela o senhor a viu?
- Não, a menina está internada numa clínica psiquiátrica para tentar amenizar o impacto emocional que isso causou nela.
- Doutor, essa mulher está mentindo.
- Isso é o que veremos, Senhor Pedro. Agora, sugiro que não saia da cidade sob pena de ser preso.
- Essa mulher está querendo acabar comigo, Doutor, ela está brava porque escolhi sua filha ao invés dela.
- Agora se o senhor me dá licença… - disse-me o delegado dando nossa conversa por encerrada.
Saí da Delegacia pensando em toda aquela história destorcida de Olga. Filha da mãe, havia conseguido realmente me afastar de Manuela. Mas a sua máscara cairia quando Manuela contasse a verdade, eu estava certo de que isso me inocentaria.
Dormi muito mal naquela noite. Na manhã seguinte fui à delegacia. Olga chegaria às nove horas, eu queria olhar Manuela antes de ela entrar na Delegacia e me acusar de estupro. Por fim, já faltando cinco minutos para as nove, vi surgir o carro de Olga, mas ela vinha sozinha. Entrou na Delegacia e esbarrou em mim.
- Não esperava vê-lo ainda em liberdade.
- Por que você está fazendo isso?
- Para você aprender a respeitar as pessoas.
- Eu não tive culpa.
- Vocês nunca têm culpa. É sempre a mesma desculpa. Meu ex-marido deu-me essa mesma quando o surpreendi na cama com minha melhor amiga. Eu não pude fazer nada com ela, mas você não vai sair ileso dessa história.
- E cadê, Manuela?
- A pobrezinha está internada em um hospital psiquiátrico tentando se recuperar da violência que você a infringiu. E se etá esperando que ela lhe inocente, pode tirar o seu cavalinho da chuva – aproximou-se de mim e coxixou no meu ouvido. – a liberdade dela depende do que ela disser hoje. Garanto-lhe que alguns dias naquela clínica convenceram-na a depor contra você, sim.
- Sua cobra venenosa.
Ela colocou a língua para fora da boca imitando uma cobra e saiu dando risada pelo corredor.
Uma coisa era certa, mulher ferida é um perigo. Olga levou a história adiante.
Acabei indo parar num tribunal e fiquei guardado por dois dias numa cadeia. Mas, no final, Manuela negou toda a acusação, lógico, que só depois de convencer-me a não fazer retaliação contra a sua mãe. Os métodos empregados em seu pedido foram muito eficazes. A queixa foi retirada e, naquele mesmo dia, levei Manuela a um Motel.
Eu prometi à Manuela que vou me casar com ela, mas não sei não, ter Olga como sogra não me parece algo muito bom. E, também, a ideia de casamento não pareceu agradar muito minha ninfeta. Vou enrolar nosso relacionamento por um tempo, até que eu me enjoe, o que pode levar alguns anos. Depois é só partir para outra. Se bem que, vou confessar, têm dias que me lembro das loucuras de Olga na cama e não tenho mais certeza se a troca foi boa. Quem sabe qualquer hora dessas não vou matar a saudade da sogra.
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