Dívida antiga não se paga, as novas, deixa-se ficar velha para não ter que pagar.
No Brasil o fenômeno da caloteirismo ou da inadimplência como alguns preferem chamar, tem se propagado de tal forma que caloteiro não falta em nenhum município de todo o nosso grande Brasil. Caloteiro está sendo comparado à saúva, ou o Brasil acaba com o caloteiro ou o caloteiro acaba com o Brasil. Mas como dizer que os brasileiros estão errados se o próprio país deve até as cuecas para os bancos estrangeiros, vive a pagar juros e acumulando dívidas sobre dívidas. O país é caloteiro como boa parte dos seus habitantes.
E agora o que não falta na net é aquelas propaganda “Limpe seu nome”. Meu avô costumava dizer, antigamente as pessoas vendiam somente na promessa, a garantia era a palavra. Ria quando dizia que acreditar na palavra de alguém hoje em dia perde-se até mesmo as palavras. Dívida, hoje, não tem valor moral. Caloteiros convivem numa boa junto com pessoas de bem que pagam seus impostos, que pagam suas dívidas em dia. O SPC que não significa Só Pra Contrariar, mas, sim, Serviço de Proteção ao Crédito tem tido um grande aumento no número de nomes enviados aos seus arquivos. Bom para o SPC, ruim para o país, pois cada dia mais as compras, os bancos e tudo que se envolve e trabalha com crédito está cada vez mais rigoroso. Por isso adotaram-se algumas regras diferenciadas para um empréstimo bancário.
O cidadão entra no banco e fala ao gerente:
- Quero cinco mil emprestados.
- Nós emprestamos, mas você promete que vai pagar?
- Prometo, sim, senhor, pode ficar tranquilo.
- Então tá, diz o gerente se virando para um funcionário especialmente ali para um fim. Por gentileza, Rafael, traga-me o contrato.
Rafael corre pela agência, vai ao segundo andar, volta trazendo dois enormes livros. Passa às mãos do gerente. O gerente de posse dos livros levanta-se e fala alto dentro da agência.
- Senhores fregueses, por gentileza, o cidadão aqui quer um empréstimo, vocês podem me ajudar.
Brasileiro como é muito unido achega-se ao gerente e seu cliente.
- Muito bem , diz o gerente ao cliente, Seo José da Silva, queira se levantar.
Seo José se levanta.
- Por favor, tire o boné, pede o gerente.
José tira o boné.
- Senhor José, o banco denominado tal, empresta ao senhor, agora, a quantia de cinco mil Reais que o senhor pretende pagar em 50 parcelas com juros abusivo, mas que o senhor aceitou. Por favor, queira colocar a sua mão sobre esse livro, Seo José. – Seo José faz o que o gerente pede. – Agora repita comigo – eu, José da Silva, comprometo-me perante todas essas testemunhas, com as mãos sobre a Constituição Federal do Brasil que contraio um empréstimo de cinco mil Reais desse banco e não vou atrasar pagamento, ou ficar inadimplente. – o gerente pega o outro livro. – Qual a sua religião, Seo José?
- Sou católico.
- Ótimo, gosto especialmente dos católicos. Queira por gentileza colocar a sua mão sobre esse livro. O senhor reconhece esse livro?
- Oh, sim, Senhor, essa é a Bíblia Sagrada.
- Muito bem seo José. Agora repita comigo. Eu, José da Silva, tomo Deus, os santos, os anjos e tudo mais que é sagrado sobre a terra e os céus como testemunhas de que empresto dessa agência bancária a quantia de cinco mil Reais que serão pagos de acordo com o contrato estabelecido. Comprometo-me a ir para o quinto dos Infernos no caso de inadimplência, doença ou mesmo morte. Assim seja. Amém.
Todos em vola fazem o sinal da cruz.
- Aqui está o seu dinheiro, Seo José. Vá com Deus e volte sempre com ele como testemunha, não se esqueça, hein!
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