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terça-feira, 26 de outubro de 2010

Como Xavecar Uma Estranha e Se ferrar de Verde e Amarelo 3

III
Meus amigos, meu Marley, o cachorro da postagem anterior, passa bem.
Os antibióticos estão fazendo efeito, logo ele estará novo em folha. 
Devo acrescentar que toda essa preocupação é porque eu já perdi três cachorros
com menos de ano e todos vítimas da mesma doença.
Mas Marley irá sobreviver.
Obrigado pelo apoio. Assim que o Marley estiver disposto 
posto mais algumas fotos dele, para vocês vê-los.
Um grande beijo a todos que torceram pelo Marley
e obrigado pelo carinho.


Ela me encara e sua boca quase abre, mas se mantem fechada. Sem sombra de dúvidas pensa sobre aquela inusitada pergunta. Eu a encaro e posso ver dentro de seus olhos, afinal acho as mulheres , às vezes, e só às vezes, tão clara. Um sorriso surge quase que escapando de sua boca e ela aparentemente tenta mantê-lo guardado, mas não consegue e sua face se ilumina.
- Acho que não entendi a sua pergunta.
- Perguntei se você é frequentadora de algum tipo de seita?
- Por que você está me perguntando isso? Não me conhece, o que levou você a essa conclusão?
- O seu anel.
- O que tem ele?
- É um Ankh.
- Um o quê?
Nesse momento ela vira levemente o corpo para o meu lado o que denota que estou ficando interessante. Isso é lógico. Seus olhos percorrem todo o meu corpo, ela certamente está tentando ver se eu tenho tudo o que um homem pode ter para agradá-la. É algo quase primitivo, ela certamente está sentindo o meu cheiro. Em dois minutos já haverá formulado uma tese sobre quem sou eu. O mistério que me envolve vai deixá-la excitada a ponto de querer saber mais sobre mim, querer conhecer-me por inteiro. Eu sorrio para ela e posso notar que o seu rosto se deslocou mais do que devia em minha direção. Ela me aprovou, sou um homem que, no pior dos casos, ela levaria para a cama num domingo a noite.
- Um Ankh. Essa cruz com laço chama-se Ankh, simboliza o desprezo da virgindade, troca de parceiros...
- O que você está querendo insinuar?
- Oh, nada. Não estou insinuando, isso é o que o seu anel está dizendo, ou, pelo menos, simbolizando.
- Eu não sabia que esse anel simbolizava isso – diz ela.
Agora ela abaixa a guarda. Sabe que foi derrotada pelos fatos. Sente-se tola, afinal ela usa algo que nem sabe o significado. Mas isso não é um problema só dela, é um problema que assola metade das pessoas no mundo, eles não se importam com o que usam, mesmo quando estão fazendo propaganda para alguém, dizendo em outras línguas que são idiotas, malvado, ou coisa parecida. Já vi homens e mulheres que nem ao menos desconfiavam que traziam no pescoço, ou na camiseta, propaganda demoníaca. E eu me pergunto todos os dias como alguém pode comprar algo, colocar sobre o corpo e não se preocupar com o seu significado? E ela foi mais uma das que compraram bugigangas pela aparência.
O ônibus deixou de existir por um momento. Ela pensa sobre o que ouviu, está visivelmente envergonhada.
- Você parece que ficou chateada.
- E não era para estar? Olha, juro que não sabia o significado desse negócio... eu o ganhei do meu ex-namorado e aposto que ele também não sabia o que significava.
- Seu ex-namorado gostava de Raul Seixas?
- Gostava. Por quê?
- Porque o Ankh se popularizou no Brasil nos anos setenta pelas mãos do Raul e do Paulo Coelho, estava desenhado num selo, adaptado com dois degraus que simbolizavam os “Degraus da Inicialização”. Era comum ver pessoas usando o Ankh no pescoço nessa época.
- Ele gostava mesmo do Raul. Mas, me diga, como você sabe tudo isso? Estou começando a desconfiar que você, sim, deve fazer parte de alguma seita.
- Não, sou apenas um curioso que adora estudar esses símbolos.
- Você é simbologista? ... digo... você trabalha com isso?
- Quem me dera.
- Sempre fui fascinada por esses assuntos. Aliás, como é seu nome?
- Rui.
- Prazer, meu nome é Edite.
Pronto, preciso mesmo dizer o que significa essa tardia apresentação? Lógico que inconscientemente ela opta por mim, estou na sua lista de homens interessante para se sair e dar uns amassos. Essa apresentação significa o fim do “vamos fingir” e o começo do “mostre-me seu rosto”. Tenho comigo que o mundo é um grande baile de máscaras e só por poucas e raríssimas ocasiões tiramos essa máscara para que outros nos vejam como somos realmente. É claro, porém, que ali, não posso ser o Rui, funcionário público que mora num cubículo alugado nos fundos de uma casa no bairro mais afastado do centro. Ali eu sou o Rui, simbologista, bom de conversa e galante.
- Pois é, Edite, esses assuntos sempre me fascinaram, sempre fui obcecado para entendê-los.
Ela está com todo o corpo projetado sobre mim na clara demonstração de intimidade. É hora do golpe mortal, o momento mais aguardado, o único segundo que me garante um futuro encontro ou um fora. E lá vou eu...
Continua amanhã....

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Mundo Curioso


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