- Eu recebi o seu presente e não gostei nem um pouco dele. Qual é a sua menina?
- Não vem gritando comigo, não sou surda. É isso mesmo que você viu, compareça ao encontro ou eu coloco você na cadeia por dois crimes, estupro e trafico de drogas, isso tudo pode lhe render uma vida atrás das grades, seu cafajeste.
Rodolfo mudou de atitude quando sentiu que Natália era dona da situação. Não adiantava querer brigar senão ele seria o maior prejudicado da história. Tinha, sim, que tentar concertar a burrada feita.
- Natália, escute-me, eu não tive culpa daquilo que aconteceu, eu fui obrigado a fazer aquilo. Aqueles dois caras são barras pesadas, ameaçaram-me se eu negasse morreria você e eu.
- Que heroico da sua parte, então para me salvar preferiu que eles me estuprassem. Bem conveniente. Suma da minha frente antes que eu chame a Polícia.
- Mas, Natália...
- Esteja no encontro e não me procure antes disso ou vai se arrepender – disse ela virando-lhe as costas e entrando para casa.
Sua mãe dormitava no sofá diante da televisão. Passou por ela e foi direto para o seu quarto com as lágrimas escorrendo pelo rosto. Tentava se conformar de que as cosias tinham que ser postas a limpo, aquele calhorda deveria pagar pelo seu crime ou ela não conseguiria se sentir bem consigo própria, embora estivesse chegando a conclusão que nem mesmo dessa forma poderia se sentir bem novamente. Chorou até que adormeceu.
Quando acordou era um novo dia, o dia de saber se poderia colocar o silicone. Levantou-se e encontrou sua mãe na cozinha.
- Não a vi chegar ontem.
- A senhora estava dormindo no sofá de novo, mãe.
- Estou preocupada com você, você não anda bem, está triste...
- Nem começa, mãe. Estou bem e hoje à tarde estarei melhor ainda....
- Por quê? Posso saber?
- Porque serei outra mulher.
- E a senhora poderia me explicar como se transformar em outra mulher em um dia?
- A senhora verá, mãe.
Natália levantou-se e não respondeu a mãe que insistia em saber o que estava acontecendo. Foi para o banheiro, tomou banho, depois se trocou e seguiu direto para a clínica. A linda mulher dos peitos naturais sorriu-lhe quando a viu entrar na clínica.
- Tudo certo – disse a secretária. – Sua cirurgia pode ser feita quando você quiser.
- Quero hoje.
- Tudo bem, eu já esperava, por isso marquei com o doutor. Daqui a pouco ele estará aqui e poderemos iniciar a sua transformação.
- Espero que não demore. Agora me responda, em quanto tempo eu estarei recuperada.
- A recuperação é bem rápida, em questão de dias já pode retomar a sua vida, mas sem praticar nenhum tipo de excesso, como peso, erguer muito os braços, mas fora isso pode fazer tudo o mais.
- Que bom – respondeu Natália sentando para esperar o dito médico.
E ele não demorou nem dez minutos para chegar. Cumprimentou a secretária e ela ao entrar e depois veio conversar com Natália.
- A senhora é a nova mulher realizada. Queira esperar um instante que o restante da minha equipe está chegando. Veremos-nos novamente em instante.
Natália sentiu-se nervosa, afinal aquilo tudo era algo muito novo para ela. Quando poderia ter sonhado em colocar silicone naqueles seus peitinhos pequeninos de adolescente. Agora sim, depois disso seria realmente a mulher que sempre sonhou.
Por fim, após uns vinte minutos, foi chamada a entrar na sala de cirurgia. Estava nervosa, com medo, mas foi sabendo que depois daquilo muita coisa mudaria em sua vida.
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