Blogs Parceiros - os melhores

sábado, 12 de fevereiro de 2011

O Livro de um náufrago 8 – as mulheres contratacam


Por um lado estar naquela ilha ao lado de mulheres tão maravilhosas era algo que realmente não tinha preço. Mas ao ouvi-las conversar durante alguns minutos já me deu vontade de pular no mar e ver se eu conseguia alcançar a costa nadando. Que tédio! Elas não sabiam falar de nada mais do que sobre o seus mundinhos de celebridades, ou, então, sobre machinhos que andava com a corda toda com a mulherada. Num determinado momento Fernanda falou alto.
- Se eu o pegasse ia matá-lo de prazer para que eu engravidasse nem que fosse psicologicamente.
Minha cara caiu. Que mulheres mais baixas! Horrorizado sai de perto, eu não aguentava mais aquelas conversas sem sentido, fiquei torcendo para que o trouxa em questão desconfiasse que fosse um golpe. O único problema é que homem só usa a cabeça de cima quando a debaixo está dormindo. E com uma mulher daquelas seria muito difícil por a cabeça superior para funcionar.
Ficar naquela ilha serviu de muita coisa. A primeira grande serventia foi saber que mulher é um bicho besterento, quando dá para falar besteira, sai de baixo; a segunda foi saber que nem sempre o belo é sinônimo de inteligência; e terceiro, mesmo sendo idiotas ainda assim eu tinha pensamentos sacanas com cada uma delas e enquanto elas imploravam por um resgate eu rezava para que se passasse anos e estivéssemos presos ali, naquele lugar e duvido se não pegava todas elas. Eu me transformaria no Juca, o senhor das gostosas.
Mas todas essas ideias estavam escondidas dentro de minha mente pervertida e eu não tinha coragem de expressá-las ou tentar cantar alguma delas, nem mesmo a minha deusa adorada que não me dera mais atenção. Fui sentar-me longe e fiquei olhando o mar a minha frente sem saber se eu desejava ver surgir uma salvação ou não. Notei que a Suzana, aquela com jeito de sapatão, estava sentada um pouco adiante em muda contemplação, decerto elaborando um plano para pegar todas aquelas mulheres antes de mim. Ela era sapatão, estava na cara que sim. Não me importei com a sua presença e continuei na minha contemplação. Mas ela levantou-se e veio em minha direção. Sentou-se ao meu lado.
- Será que vão demorar a nos encontrar?
Dei de ombros, respondendo a pergunta sem nem ao menos olhar em sua direção. Embora ela, assim como as outras, fosse linda e maravilhosa, eu não conseguia olhar para ela e imaginá-la como mulher. Ela, como todas as outras, estava de biquíni. Aliás, isso era um ponto importante, de todos que estavam na ilha eu era o único que tinha um pouco mais de roupa sobre o corpo, todas elas estavam de biquíni. Elas iriam passar frio à noite, sim, pois pelo jeito, não seríamos resgatado nem tão cedo. Eu precisava, portanto, aproveitar-me daquela situação.
Levantei-me e deixei Suzana sentada sozinha. Andei até o final da praia onde havia grandes pedras, eu precisava encontrar alguma que pudesse usar como uma faca. Depois de muito andar encontrei uma pedra fina, acreditei que servisse aos meus propósitos. Peguei-a e adentrei o mato. Logo encontrei o que procurava – pequenas palmeiras. Cortei com muito sacrifício algumas folhas e as arrastei para a praia. Busquei mais algumas e, por sorte, encontrei grande moita de bambu fino, peguei algumas varas e as arrastei para a praia também.
A tarde avançava e, se o meu relógio comprado no camelô ainda estivesse certo, já passava das quatro horas da tarde, quando eu consegui terminar de montar uma pequena cabana, forrei o chão com folhas de bananeiras e as laterais com folhas de palmeira. Eu estava certo de que todo aquele sacrifício me proporcionaria a companhia de alguma daquelas mulheres que querendo fugir do frio quisesse tentar a sorte de dormir ao meu lado. Meu plano era perfeito.
Voltei para o mato a procura de galhos secos e capim que pudesse usar para fazer uma fogueira. Não foi difícil encontrar. Testei o isqueiro que eu trazia no bolso. A água deve tê-lo danificado, mas eu estava certo de que um pouco de sol resolveria o problema. Levei tudo o que pude juntar até a barraca que, agora, estava cercada pelas meninas curiosas.
- Juca, porque você fez uma barraca tão pequena?
- Porque hoje a noite vai fazer um frio aqui e eu quero estar bem quentinho quando isso acontecer.
- E quanto a nós? – perguntou Juliana que insistia em ficar arrumando a parte de cima do biquíni para que os seus enormes seios não pulassem para fora.
- Não sei, por que não constroem uma cabana como a minha.
- Eu não sei – disse a Fernandinha.
- Nem eu.
- Eu também não.
- Por que vocês não deixam de ser besta. – disse Suzana se aproximando. – Não estão vendo que isso é um golpe dele para arrastar alguma para essa casinha de favelado.
- Eu? Arrastar alguém? – perguntei injuriado. – Minhas queridas, se não sabem sou noivo, minha noiva é linda, gostosa e nenhuma de vocês se equiparam ao dedinho do pé dela.
- Nossa precisa humilhar assim – protestou Luana.
- Você não, Luana, mas essas daí. Elas se acham umas das sete maravilhas do mundo e, para mim, não passam de magras feias e sem graça. E me dão licença que tenho mais o que fazer.
Virei-me e dei de cara com a Suzana.
- Você é muito engraçadinho, não é?
- Sai da minha frente que não lhe devo satisfação.
Não entendi porque, mas ela estava irritada demais e, afinal de contas eu não tinha feito nada a nenhuma delas. De repente eu vi aquela mulher franzir a testa e grudar-me pela camisa como um homem e gritou em meu ouvido:
 – Eu estou de TPM, não tem uma merda de absorvente nesse maldito lugar, então, não teste minha paciência ou eu lhe mostro o que é uma mulher fora de controle. Seu idiota, enfia essa sua barraquinha de favelado no seu focinho.

assista o vídeo
102 maneiras de olhar Fernando de Noronha 



Mundo Curioso


Gostou?
Eu escrevi para você!
Escreva para mim.
Deixe um comentário.

Nenhum comentário:

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

Passar na OAB

Passar na OAB
Cronograma 30 dias para aprovados no Exame de Ordem da OAB