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terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

O Livro de um náufrago 15 – as traidoras recebem um bom pagamento e o cupido começa a agir.


Eu poderia rir, mas optei por ficar prostrado na praia, sem reação.
Logo as meninas subiram ao navio, vários homens apareceram no convés, mais de dez, eu acho. Certamente a ideia de ter encontrado cinco mulheres lindas, maravilhosas e de biquíni deve ter instigado a libido daqueles homens, o que eu já tinha desconfiado quando resolveram me dizer que eu não seria resgatado. Lógico que havia alguma intenção errada por trás daquilo. E essa intenção foi mostrada minutos depois de serem recebidas no navio. Uma gritaria se formou quando subiram à proa, os homens pareceram festejar. Ouvimos da praia. Depois tudo silenciou. Em seguida era possível ouvir as meninas gritarem desesperadas por socorro.
Eu não poderia fazer nada, mesmo que quisesse, embora, é lógico, que eu não estava fazendo questão alguma de me mexer, mesmo se pudesse. Luana olhou para mim aterrorizada. Por mais que aquelas modelos fossem umas ingratas, traidoras, ela não poderia deixar de gostar delas. E tornou-se óbvio que a intenção dos homens não era o de resgatar, mas, sim, de se divertir. A gritaria e correria no navio prosseguiram até que alguém se atirou ao mar, seguida por mais alguém e mais alguém. Por fim, pude notar que as cinco modelos estavam nadando desesperadas em direção à praia. O navio partiu sob a gritaria dos homens no convés.
Brenda foi a primeira a chegar à praia. Estava exausta, sem a parte de cima do seu biquíni. Aproximamo-nos para ajudá-la.
- O que aconteceu? – perguntou Luana.
Ela respirou fundo, estava sem ar, cansada.
- Eles queriam nos estuprar. Ao pisarmos no barco aquele homem que nos resgatou disse-nos - Ou vocês dão ou descem. Preferimos descer, mas eles não quiseram deixar e nos agarraram de todas as formas. Foi horrível! – ela começou a chorar.
Logo Juliana, Suzana, Fernanda e Aline chegaram à praia exausta. Juliana havia perdido todo o biquíni e chorava como uma louca, aterrorizada. Fernanda perdera a parte de baixo. Por fim, a única que voltara com o seu biquíni inteiro foi Suzana e não é preciso explicar por quê. Elas contaram que o primeiro a se aproximar dela tomou uma paulada e caiu desmaiado.
Mas elas agora estavam salvas vendo o navio partir.
Quando o navio desapareceu no horizonte foi que Luana falou.
- Acho que agora vocês devem um pedido de desculpas formal, não acham?
Suzana afastou-se enquanto as outras vieram correndo em nossa direção, nos beijando e abraçando, implorando perdão. Luana e eu dissemos que estava tudo bem, nós as perdoaríamos, mas eu sabia que na primeira oportunidade nos trairiam novamente, bando de ingratas.
O fato foi que depois daquela situação a coisa ficou bem mais excitante, afinal eu tinha quatro mulheres nuas diante dos meus olhos e isso, com certeza, era de virar a cabeça de qualquer homem. Eu rezava para que fôssemos resgatados logo, senão eu seria o próximo a tentar agarrar aquelas mulheres. Eu já tinha sido bonzinho demais, não podia mais me conter diante daquele espetáculo da natureza sob o risco de ser taxado de gay.
Mas é lógico que o meu pouco senso de decência falava mais alto. Eu desviava o olhar, pensava na minha avó quando não tinha como desviar o olhar e saia correndo para dentro do mar quando não conseguia nenhuma das duas coisas. Se você está rindo é porque não sabe o que é desespero! Tudo parece ser as mil maravilhas, mas afirmo que não, não era.
As traidoras comeram meus peixinhos insossos e depois da refeição eu disse:
- Vocês tratem de fazer uma barraca para vocês, hoje nenhuma de vocês dormem dentro da minha, a não ser a Luana, se ela quiser, é claro.
- Como você é egoísta, Juca – comentou Juliana.
- Sou super egoísta, fui eu que abandonei vocês e quis partir no primeiro navio que apareceu sem me preocupar com os outros.
- Vai ficar jogando isso na cara?
- Com certeza. Até que morramos, traidoras.
Foi uma comédia ver aquelas mulheres se matando para conseguirem fazer uma cabana. Passaram toda aquela tarde trabalhando e quando já estava anoitecendo a cabana não estava nem pela metade e parecia qualquer coisa menos uma cabana. Mas eu não senti pena, não. E se ainda dei-lhes peixe assado era por causa de Luana que não me deixava dar o troco à altura.
Depois que a noite caiu por completo no nosso segundo dia na ilha eu sentei-me na areia da praia com Luana.
- Se tem uma coisa boa de tudo isso, é estar aqui com você. – disse eu.
- Isso é uma cantada?
- Não, uma declaração talvez.
Ela sorriu. E como ela era linda sorrindo! Meu coração disparou.
- Eu nunca poderia imaginar que a mulher que enfeitava a parede do meu quarto pudesse ser tão legal como você.
- Quando sairmos daqui vou lhe mandar um poster em tamanho natural.
- Eu não sei se vou gostar.
- Por quê?
- Porque eu queria a modelo em tamanho e presença reais – disse eu me aproximando e segurando-lhe a mão.
Estava surgindo uma oportunidade? Era o que tudo indicava. Seria aquela a noite mais feliz de minha vida se eu me aproximasse só mais um pouquinho. Debrucei o corpo em sua direção mostrando claramente a intenção de beijá-la. Senti o seu cheiro, silenciei e senti que naquele momento iria acontecer um beijo. Fechei os olhos prontos para a felicidade plena.


Estamos quase no fim
continua amanhã. 





assista o vídeo
102 maneiras de olhar Fernando de Noronha 




Mundo Curioso


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Um comentário:

Ivone disse...

Este é o paraiso na terra!!!
Ivone

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