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terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Como sobreviver ao lado de uma mulher Parte VIII

- Vamos embora - disse eu à minha esposa, resoluto, mostrando que estava claramente aborrecido e na esperança de que isso pusesse fim àquela guerra fria. 
- Embora? – perguntou-me ela.
Foi quando vi que eu havia infringido o código de ética feminino. Ela não iria embora jamais, isso seria assumir, primeiro, que era mandada pelo marido; segundo, que era uma conformada que vê uma perua dando em cima do seu marido e não faz nada; e  terceiro, a conversa não tinha terminado. E a minha ordem foi que pôs fogo no pavio.
- Por que o senhor quer ir embora agora? Por que cheguei e estraguei os seus planos com essa lambisgoia?
- Meu amor, calma, as coisas não são dessa forma.
- Não são o escambau! Se eu não chego aqui sabe-se Deus o que iria acontecer. Você iria tomar todas e certamente iria sair com essa oferecida aí.
Fernandinha se doeu.
- Oferecida não, olha como você fala comigo, sua retardada.
- Eu vou te mostrar quem é retardada.
Como é possível. Minha esposa e a Fernandinha pareciam duas bombas que acabaram de ser acionadas. O Cido discretamente havia se levantado da mesa junto com o violeiro, eu fiquei na linha de fogo. Vi minha esposa partir para cima da Fernandinha e não conseguia entender se o que ela queria era acertá-la ou acertar-me, pois era certo que quem mais apanhava naquela briga era eu, levando tapas de todos os lados, sem saber se me defendia ou se grudava minha esposa, embora, essa última opção, me parecesse bem mais perigosa. Vi a mão de minha esposa passar perto do meu nariz e voltar fechada com um tufo enorme de cabelos loiros. Aquilo estava saindo do controle. Os outros homens que estavam no boteco não se atreviam a entrar na briga e eu ficava como barata tonta sem saber como acudir alguém naquela briga.
Eu acho até que as mulheres são muito controladas em relação às suas emoções, mas quando perdem as estribeiras, elas perdem mesmo, ou seja, quando resolvem fazer um barraco, não tem homem que se iguale, vão até as últimas consequências. Eu estava apanhando de duas mulheres descontroladas. E tudo isso por quê? Por causa de uma maldita cerveja num boteco. Se eu soubesse que iria rolar aquele barraco todo, juro, nem mesmo por decreto teria ido até aquele lugar. Por isso que meu pai sempre dizia que lugar de homem é dentro de casa e não em porta de boteco, porta de boteco só atrai esse tipo de coisa. 
Agora não havia mais nada a fazer a não ser evitar que aquelas duas se matassem, ou pior, que aquilo virasse conversa na cidade toda. Uma leva de gente, que não tinha o que fazer, estava em volta, observando tudo, prontos para repetirem a meio mundo que a minha esposa estava se pegando com outra na porta de um boteco. Que vergonha! Foi aí que eu me irritei, segurei minha esposa jogando-a sobre meus ombros, afastei-me com ela do boteco enquanto ela me esmurrava as costas.
- Me coloque no chão, traíra.
Ferrou, ela iria dizer que a culpa de tudo aquilo era minha, que eu já estava de caso pensado quando resolvi tomar aquela maldita cerveja naquele boteco, diria ainda que não duvidava de que eu já estivesse tendo um caso com a Fernandinha há um bom tempo. E, acertei na mosca, ela avançou sobre mim com tapas e murros acusando-me de tudo isso que disse e dizendo mais, bem mais. Até que cansou. Eu olhei para o boteco e vi que Fernandinha se retirar xingando-nos. 
Minha esposa sentou-se na guia da sarjeta e começou a chorar. Abaixei-me, tentando arrumar as coisas. Ela encarou-me friamente e disse:
- Feliz?
- Claro que estou, tudo o que eu mais queria era ver minha esposa se pegando com alguém na porta de um boteco.
- Não se preocupe, isso não será motivo de vergonha, não.
- Não? Por quê?
- Porque você não tem mais esposa. Amanhã eu mando alguém passar lá e pegar as minhas coisas, vou procurar um advogado. Acabou.
- Você está de cabeça quente.
- Estou, sim, mas não vou admitir que você me faça de tonta mais uma vez.
- Mas eu não tive culpa por essa doida aparecer por aqui.
- Claro, acredito que não teve culpa – disse ela levantando-se. Eu tentei segurá-la, estava com medo de que ela fizesse uma besteira maior. – Não venha atrás de mim senão taco-lhe uma pedra no meio da sua testa. Adeus.
- Meu amor,...
- Meu amor um escambau, vai ver se eu estou na esquina, seu desgraçado.
E minha esposa deixou-me plantado na rua vendo-a se afastar em direção à casa de sua mãe. Eu sabia que, naquele momento, não haveria nada que eu pudesse fazer, deixei-a ir, seria melhor.
Eu voltei para casa. Abri a porta, sentei-me no sofá e fiquei tentando encontrar uma saída para aquela sinuca de bico, eu não podia e não queria perder minha mulher daquela forma, não poderia permitir que um mal entendido tomasse aquelas proporções gigantescas e culminasse no fim de um relacionamento de mais de 15 anos. Fiquei reclamando do momento em que a Fernandinha resolveu vir até a minha mesa. Que falta de sorte! Se bem que ela estava realmente muito gostosa e, pensando bem, já que eu estava solteiro, poderia aproveitar e ir atrás dela, trazê-la em casa e fazer amor com ela durante toda a noite e, na manhã seguinte, pensar no que eu deveria fazer, se ficar com ela, ou colocá-la para correr e ir atrás de minha esposa. 
Imaginei aquela loira maravilhosa sentada no sofá de minha casa e pronta para orgia, assim como era antigamente. Aquilo só passou de um pensamento, eu, em hipótese alguma, deveria pensar que aquilo poderia acontecer. Eu deveria ir atrás de minha esposa, isso sim.
Mas naquele momento eu não estava em condições de ir a lugar algum e, ainda embriagado, acabei por adormecer no sofá.
Quando acordei, já havia anoitecido, a sala estava escura, mas pude pressentir alguém. Havia uma mulher sentada no sofá ao meu lado. Quem seria?

 Como Sobreviver Ao Lado De Uma Mulher Ainda Não Acabou
continua amanhã

PS: uma coisa que sempre me deixa animado é ver os comentários gerados por uma postagem. Agradeço a todos que têm perdido alguns minutos para deixar seu recadinho. Continuem comentando sempre, é sempre um prazer ler e saber as expectativas que todos criamos com uma história. Como o Ninho de Risos tem uma postagem por dia, muitas vezes, o capítulo do dia é escrito baseado naquilo que o leitor comenta... então, continuem comentando porque vocês podem salvar um personagem ou condená-lo. A isso damos o nome de Democratização do Riso.  


Tem mulher que não tem juízo
Olha o que essa faz com o marido
Mulher dá susto em marido






Mundo Curioso

2 comentários:

Débora disse...

Espero bem que não seja a cabra da Fernanda.. que ódio !

Mirtes disse...

É com satisfação que lhe dou mais uma vez parabéns pelos seus escritos, você é formidável, escreve muito lindo, simples sem complexidade e bem gostoso de ler, amo uma boa leitura, obrigada por nos proporcionar a nós leitores isso. Em se falando dos capítulos estão ficando cada vez mais emocionantes, vibrei com o anterior com a chegada da esposa dele no boteco. Tenho grande admiração pelas pessoas que têm controle emocional, e ela teve ao chegar, foi bem sutil elegante até, mas durou pouco, risos, mas acho mesmo que não há mulher no mundo que não perca o controle numa situação dessas, não é mesmo? Vendo o seu amado com outra, não queria nunca ta na pele dela..rsrsr.Só espero que, quem esteja ao lado dele seja mesmo a esposa e não a tal de Fernandinha, estou torcendo pra isso.
Um abraço!

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