Blogs Parceiros - os melhores

segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Como sobreviver ao lado de uma mulher Parte VII

Eu me preparei para ser estrangulado ou coisa parecida. Minha esposa chegou por trás de minha cadeira. Fernandinha a encarou como se encara um inimigo mortal. Vi as duas se atracando no chão como loucas, uma grudando o cabelo da outra, a Fernandinha ficando nua, pois seu vestido não era a opção correta de vestimenta para uma briga. Vi a polícia chegando e a cidade inteira comentando o que acontecera no Bar do Mané.
Mas o que aconteceu foi diferente de tudo o que imaginei. Isso só reforça a ideia de que, nós homens, nunca conseguimos prever o que se passa pela cabeça de uma mulher. Minha esposa, que sempre vivia a gritar, como louca, comigo, ao contrário de uma cena escandalosa de ciúmes, simplesmente abraçou-me pelas costas e virando meu rosto deu-me um beijo. Eu a beijei entre pasmo e assustado. Fernandinha pareceu não gostar e pude ver que ela engoliu em seco, provavelmente louca para uma encrenca. Minha esposa, porém, não lhe deu a mínima e sentou-se ao meu lado.
- Quem é a sua amiga? – perguntou-me naturalmente.
- Essa é a Fernandinha – disse eu esperando que seria naquele momento que a casa viria abaixo.
- Ah, é essa daí?
Só ouvindo para conseguir entender tudo o que minha esposa quis dizer com esse “ah, é essa daí?” Foi algo cheio de segundas, terceiras, quartas e quintas intenções. Eu a olhei e pude entender que ela não estava tão sã como queria aparentar, certamente lembrara-se de que a Fernandinha era uma ex. Eu engoli em seco porque pude pressentir que o clima estava formado. A casa podia cair a qualquer momento.
O Cido levou o copo à boca, ele estava prevendo o que aconteceria assim como eu. Mas eu não conseguia entender qual era a minha vontade, se era de que minha esposa fosse embora, se era ver a Fernandinha querendo me disputar, sim, porque, para um homem, não existe algo mais glorioso do que duas mulheres brigando por sua causa. Mas acho que o que eu queria mesmo era que minha esposa convidasse a Fernandinha para um Ménage à trois, o que seria o ponto máximo de toda a erotização de um homem. Pude me imaginar numa situação de luxúria com aquelas duas mulheres maravilhosas. Pela cara de minha esposa acredito que o ménage a trois estava fora de cogitação, então, era pensar na melhor forma de sair dali sem que as duas se tocassem, pois era certo que um contato, por menor que fosse geraria um curto circuito terrível que seria capaz de destruir toda a cidade.
- Que bom que você chegou, meu amor – disse eu. – Eu já estava mesmo indo embora.
Levantei-me na esperança de que ela se desse por vencida e me acompanhasse, mas ela ficou ali parada encarando a Fernandinha. – Cido, valeu, obrigado pelo convite e até mais. – dei a mão ao meu amigo, virei-me para a Fernandinha. – Fernandinha, foi um prazer revê-la, até. Vamos meu amor.
- Vamos para onde? Agora que eu sentei para tomar uma, você quer ir embora? Não, vamos tomar alguma coisa, estou com uma sede!
Eu deveria ter imaginado que minha mulher não sairia dali antes da Fernandinha e a minha ex não estava com a mais leve inclinação para ir embora, aquilo tinha se tornado questão de honra para ambas e pelo jeito ninguém sairia dali sem enfiar a mão na cara da outra. Eu medi mentalmente as possibilidades de minha esposa sair inteira da briga. Eu acho que ela conseguiria, já a Fernandinha, que era bem “inha”, acho que sairia sem o nariz.
Eu poderia ter agarrado o braço de minha mulher e ter partido logo dali, mas pela cara dela, se eu fizesse isso quem iria apanhar seria eu. Sentei-me novamente entre as duas e gritei o Mané.
- Mané, traz a “saideira” para a gente.
Cido quis descontrair e pediu para que o violeiro mandasse um Zé Ramalho, só acho que ele escolheu mal a música. Vida de gado. Minha esposa o encarou e seu olhar era de quem estava morrendo de vontade de estrangular mais alguém além da Fernandinha.
- Acho que Vida de Gado não. Toca Garoto de aluguel. – segunda tentativa não muito feliz. Mas dessa vez minha mulher não o olhou, continuou como se nada tivesse acontecendo. Ela encheu o seu copo e o matou num só gole. Ela não era de beber, nunca foi, todas as vezes em que se aventurou a fazer graça deu-se mal e ficou por muito tempo amaldiçoando o fulano que inventou o álcool. Mas eu não podia dizer nada, se o fizesse seria um homem morto.
Mulheres tem um estranho código de ética, elas não gostam de sair por baixo, querem sempre parecerem melhores do que são, o que não é de todo mal, quando o assunto não é ciúmes. Eu já podia ver, se alguma coisa não acontecesse ali, aconteceria em casa e eu estava realmente preocupado com os rumos que aquela história iria tomar. Foi por isso que, resoluto, levantei-me para por fim àquela guerra fria.

Continua amanhã 

PS: uma coisa que sempre me deixa animado é ver os comentários gerados por uma postagem. Agradeço a todos que têm perdido alguns minutos para deixar seu recadinho. Continuem comentando sempre, é sempre um prazer ler e saber as expectativas que todos criamos com uma história. Como o Ninho de Risos tem uma postagem por dia, muitas vezes, o capítulo do dia é escrito baseado naquilo que o leitor comenta... então, continuem comentando porque vocês podem salvar um personagem ou condená-lo. A isso chamaremos de Democratização do Riso.  

Isso que é briga de mulher

Brazilian Street Fighter Girls - Briga de Mulher! 



Mundo Curioso

Nenhum comentário:

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

Passar na OAB

Passar na OAB
Cronograma 30 dias para aprovados no Exame de Ordem da OAB