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quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Saindo com a mãe de olho na filha – a história de um cafajeste. 2


O conteúdo desse conto não é recomendado 
 para menores de 18 anos

       II

Entrei no carro, vou confessar, depois que ela engatou a primeira, o carro deu aqueles trancos para sair, pensei se realmente tinha sido uma boa ideia. Ela não estava em bom estado para dirigir. Sempre que entro num carro com alguém que bebeu lembro-me do tanto de acidentes que vemos na televisão onde o motorista quase sempre estava bêbado.
- Isso acontece, às vezes – disse-me ela tentando se desculpar pela saída mal sucedida. - Não precisa ficar com medo, estou acostumada a dirigir. É esse carro, anda com problema para sair. Você ficou pálido! Parece que ficou apavorado.
- Imagina! – brinquei - É que morro de medo de andar de carro com mulher dirigindo, ainda mais quando ela está um pouco alterada como você.
- Nossa que machismo!
- Não me leve à mal, é que eu li uma matéria que diz que o álcool afeta bem mais as mulheres do que aos homens.
- Eu ainda não vomitei.
Ri sem graça. Fui da Rave até um edifício no centro querendo frear o carro no meu freio imaginário do banco do passageiro. Que medo! Depois que ela guardou o carro no estacionamento, desci, Jurei a mim mesmo nunca mais na vida entrar no carro de uma mulher alcoolizada. Eu não confiava nem mesmo em mim, quando saía para as baladas ia de taxi ou moto-taxi, para não se preocupar em como eu voltaria. Sempre morri de medo de beber e dirigir, medo fundamentado na vez que atropelei um andarilho num cruzamento. Eu estava certo, foi ele quem entrou na frente. Mas eu estava alcoolizado, quase capotei o carro tentando desviar. Depois desse dia resolvi que não mais sairia de carro para as festas.
Era um apartamento de classe média. Mobília nova. Luzes na parede. Não me deixou ficar na sala, levou-me direto ao seu quarto. Amplo, parecia maior do que o restante da casa. Que requinte! Cama enorme. Espelhão na parede. Empurrou-me contra uma poltrona ao lado de sua cama.
- Esse é o meu quarto.
- Você mora sozinha?
- Não, minha filha mora comigo, deve estar no quarto dela com o namorado.
- Muito da hora sua casa.
- Obrigada. Quer beber alguma coisa?
- Só se for sem álcool.
- Parece que tem gente que não vai beber por um bom tempo.
- O meu problema não é a bebida é o fumo.
- Você fuma sempre?
- Não, só quando vou à festa. Preciso parar com isso. O cigarro me deixa enjoado e numa ressaca desgraçada.
- E o que você quer?
- Qualquer coisa.
Ela saiu. Levantei-me, fui olhar-me no espelho. Caraca! Eu estava com uma cara de bêbado, viciado, de cheirador. Passei a mão no rosto. Fui ao banheiro, lavei o rosto. Estava mais apresentável. No exato momento em que saía ela retornou trazendo uma Coca e dois copos. Sentou-se na cama; eu, na poltrona.
- Sabe, achei você um carinha legal.
- Posso ser muito mais que isso se você quiser.
- Convencido.
- Sou não.
Sentei-me ao seu lado na cama.
- Estava lavando o rosto?
- Lavei, eu estava horrível.
- Agora está melhor. Quer tomar um banho?
- Só se for com você.
Acho que seria desnecessário e, talvez, até vulgar se eu contasse todos os pormenores daquela noite. Resumindo – tomei banho e fizemos amor na banheira de hidromassagem, depois na cama, no tapete do quarto, no chão do quarto. Ela era espetacular. Descobri que era melhor do que eu havia pensado. Vou evitar falar em posições, não vou contar que ela praticava Yôga, que me fez ficar como um homem-elástico, contorcendo-me, virando daqui, dali e de tudo quanto era jeito. Não vou, também, entrar nos detalhes de que era uma mulher para lá de higiênica, não havia, em seu corpo, um só pelo. Foi o meu delírio. E muito menos vou dizer que durante toda aquela noite ela não me deixou dormir. Eu cochilava, ela me acordava com carícias que levantariam até mesmo um defunto, que dirá acordar um cidadão ainda bêbado.
Acordei no dia seguinte sozinho na cama. Senti uma pontada de dor na cabeça e aquele gosto horrível de quem comeu uma meia suja de chulé. Sentei-me na cama. Tinha apenas uma vaga lembrança de tudo o que acontecera. Meu celular estava vibrando sobre a poltrona ao lado da cama. Peguei-o. Eu estava nu. Era minha mãe.
- Onde você está, seu delinquente?
- Na casa de uma amiga.
- Pois não podia ter me ligado para avisar-me aonde ia e que não ia dormir em casa?
- Ah, mãe, acho que já estou bem crescidinho para poder ir aonde quero, com quem quero e voltar na hora que quero.
- Pois não devia pensar assim, morro de preocupação quando você desaparece desse jeito, sem dar satisfação alguma. Pelo amor de Deus, me poupe de tanta preocupação, Pedro. E outra, se você mora comigo, tem que me dar satisfação sim, senhor.
- Mãe, por favor, agora não. Tchau.
Ela entrou no quarto. Estava num conjunto social preto, bem maquiada, super cheirosa. Encarei-a e desliguei o telefone.
- Já estão a sua procura?
- É, minha mãe não me deixa.
- Mãe é mãe.
Ela sentou-se com a bandeja onde trouxera pão, requeijão, presunto, mussarela e suco natural. 
- Achei que você iria precisar de um bom café para recuperar as energias gastas.
- Acertou, estou com uma fome de leão.
- Então, sirva-se, meu leãozinho.
Sem cerimônia alguma peguei a bandeja, pus-me a devorar o café. Ela me sorria em silêncio enquanto eu enfiava tudo o que podia na boca.
- Acho que você não vai me perdoar, mas preciso lhe fazer uma pergunta. – disse eu com a boca cheia de pão.
- Faça.
- Qual é o seu nome?
Ela riu.
- Nós passamos a noite juntos e você não sabe meu nome, nem eu, o seu. Meu Deus, aonde eu ando com a cabeça para ser tão louca assim?
- Não tem problema, eu acho.
- Meu nome é feio, me chame de Ol.
- Ol de Olga?
- Não de Olegária.
- Nossa! Que nome diferente! – eu quase ri.
- Pode rir, seu bobinho, não é não. Meu nome é Olga. E o seu?
- Pedro.
- Prazer, Pedro – disse ela estendendo a mão em minha direção.
Eu ri e apertei a sua mão.
Quis chamar um taxi para ir embora, ela não deixou, disse que me levaria para casa. E levou. Quando parou o carro, minha mãe saiu como quem não queria nada, só para ver com quem eu estava chegando.
- Quer conhecer a minha casa, Ol?
- Acho que hoje não, outro dia... Isso é, se você quiser me encontrar outro dia.
- Se quero. Dê-me o seu telefone.
Ela me passou o seu telefone, eu lhe passei o meu. Despediu-se e saiu em disparada com o carro. Sã, ela dirigia bem melhor.
- Quem era aquela?
- Uma amiga.
- Mas é amiga mesmo? – insinuou minha mãe.
- Até onde eu sei, sim, ela é apenas minha amiga.
- E desde quando você fica dormindo em casa de amiga?
- Desde quando fui convidado. Agora me deixa, estou atrasado. O Seu Chaves hoje me mata.
- Você é muito irresponsável.
- Agora não, mãe.
Entrei em casa, tomei banho, troquei de roupas e fui para o trabalho. Não foi um dia muito fácil, eu passara a noite inteira acordado, estava cansado e de ressecada. Prometi a mim mesmo nunca mais sair para Raves no Domingo. É loucura, um verdadeiro suicídio.

Ol não me ligou durante aquela semana inteira. Eu não quis ligar para ela, evitei que pensasse que eu estava pagando pau. Continuei minha vida chata e enfadonha de segunda-a-sexta.

Na tarde da sexta-feira meu celular tocou. Número restrito.

A história apenas começou
Amanhã tem mais 





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