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quarta-feira, 21 de outubro de 2020

Almas Gêmeas - uma história quase romântica - "o começo do fim"


VI
O mais impressionante desta história estava por vir. A louca da Rose telefonou-me no dia seguinte, dizendo que já havia marcado o exame de DNA. Ela era muito dissimulada, ela sabia, eu tinha a certeza de que aquele filho nunca poderia ser meu. Não havia como eu tê-la engravidado sem ter feito nada com ela. De qualquer forma fui educado e disse que iria ao laboratório no horário marcado. Eu não sabia qual seria a minha reação quando pudesse pegar a prova de que aquele filho não era meu e entregar o resultado do exame para  Danusa, que desde o casamento mal sucedido, não quisera falar comigo, nem mesmo por telefone. Aquela história de filho havia quebrado algo do nosso sentimento que eu não saberia explicar. Mas, eu sabia, não haveria mais casamento, nem com filho, nem sem filho. Antero havia me evitado também e quando falava comigo era por monossílabas, frio, frio como uma pedra de gelo. E minha mãe me ligava cinquenta vezes por dia para me dizer que se o filho fosse meu eu deveria assumir, não somente a criança, como a mãe. Não adiantava dizer que nessa história eu estava inocente, ninguém acreditava em mim. E eu não via a hora de por a mão naquele exame e poder esfregar na cara de todos, a verdade.
Cheguei ao laboratório logo pela manhã. Uma secretária muito simpática e bonita atendeu-me, disse que eu esperasse a chegada da mãe. Rose não demorou a aparecer com a aquela sua cara de louca. Eu não conseguia imaginar como é que aquela mulher conseguia levar aquela história até o fim. Ela era tão louca que acreditava nas próprias mentiras. Vocês precisavam ver com que cara ela entrou no laboratório. O que muito me impressionou foi que minha mãe a acompanhava. E ela sabia qual seria minha reação, tanto que já entrou dizendo.
- Até que se prove o contrário, esse filho é seu.
Eu não quis discutir, para mim já bastava de discussões. Eu queria ter a prova aí, sim, iria esfregá-la na cara de minha mãe. Acho que o mundo todo poderia duvidar de mim, mas o fato de minha mãe ter se posicionado a favor daquela louca me deixou deveras decepcionado. Mas eu superaria com o passar do tempo. E a verdade prevaleceria e falaria por mim.
O médico chamou-nos. Entramos os três no consultório. Ele explicou como era o exame, o que ele iria mostrar e disse a porcentagem de erro. Nenhuma. Era praticamente nula. O resultado era incontestável principalmente diante da justiça, ou seja, se eu fosse o pai, Rose de posse do documento, poderia exigir que eu assumisse a criança. Quanto a isso eu estava tranquilo, eu sabia que a única chance daquela criança ser minha era se sonho engravidasse alguém, sim, porque eu andara me lembrando de que havia sonhado diversas vezes fazendo amor com ela. Dizem que quando sonhamos nossas almas abandonam o corpo e fazem aquilo que nossos corpos não podem fazer. Quem sabe numa dessas escapulidas de minha alma eu a tenha engravidado. Palhaçada.
Por fim, o médico retirou meu sangue, o da mãe e do feto. Só não me pergunte como foi que ele fez isso, eu não estava presente e não sei como foi o procedimento. Fomos embora. Minha mãe acompanhou Rose e eu, outra vez, fiquei sozinho, pensando. O resultado demoraria dois dias para estar pronto. Fui embora e me embriaguei assistindo desenhos animados. Fui trabalhar no outro dia e o clima no escritório estava tenso, todos pareciam me acusar e eu já estava me sentindo a pior pessoa do mundo. Sentei-me e trabalhei durante todo aquele dia sem dar uma palavra com ninguém. Eles me pagariam caro por aquela desconfiança incabível. Eles me conheciam há anos, deveriam saber que eu estava dizendo a verdade.
No dia seguinte tentei falar coma Danúsa. Ela não quis me atender novamente. Fui ao laboratório. O resultado sairia logo pela manhã. Fiquei conversando com a secretária simpática e contei-lhe o caso da gravidez, que não existia possibilidade daquele filho ser meu, porque eu nunca transara com aquela mulher. Ela me pareceu não acreditar muito na história, afinal que mulher seria idiota o suficiente para pagar por um teste de DNA, sabendo que não haveria chance alguma do filho ser da pessoa em questão. Confesso que nesse momento eu também pensei nisso. Afinal Rose era louca, mas estaria ela tão maluca que acreditava mesmo ter engravidado de mim sem nunca termos transado?
Rose não chegou. O médico disse-me que o resultado já estava pronto e que se eu quisesse saber, antes da chegada da mãe, ele abriria o exame. Concordei, disse que já sabia que não era o pai. Entrei em seu consultório, ele pegou o envelope onde estava escrito o meu nome e o de Rose, abriu-o. Eu mantinha a tranquilidade, afinal só estava esperando a confirmação de que o filho não era meu. O médico leu, leu novamente e, finalmente virou-se para mim.
- Parabéns, você vai ser papai.
Eu senti como se uma bomba nuclear tivesse caído sobre mim. Não tinha como ser possível aquilo, não, não podia ser.
- Doutor, não é possível, eu nunca transei com aquela mulher.
- O senhor sabe que não e necessário consumar a relação para que se engravide alguém, seu Rodolfo. O eu quero dizer é que uma brincadeira mal feita pode resultar numa gravidez, sim, senhor.
- Mas, doutor, não existiu nem brincadeira, nem nada. Eu nunca encostei um dedo nessa mulher. A única coisa que aconteceu entre a gente, foi um beijo que ela me roubou no escritório onde eu trabalho.
- Então, é melhor o senhor procurar um médico urgentemente, afinal, o senhor não deve estar lembrado do que fez. Porque uma coisa é certa, ninguém fica grávida sozinha e sem fazer sexo.
Saí do consultório completamente desnorteado. Como poderia ser verdade aquilo? Como eu poderia ser pai de um filho que não fiz? Uma coisa era certa, o resultado não mente. O negócio era realmente eu ir a um médico da cabeça, um psicólogo, um psiquiatra, um neuro ou um médium, qualquer coisa que pudesse me explicar o que havia acontecido afinal quem estava realmente ruim da cabeça era eu.
A minha história poderia ter terminado nesse último parágrafo. Mas não terminou.



"Almas Gêmeas – uma história quase romântica" terminaria hoje, mas como o Blog Ninho de Risos não é meu, mas, sim, dessas dezenas de pessoas que nos acessam diariamente, por pedido de uma leitora, resolvemos dar à história de Rodolfo um Final Feliz. Agradeço a Biazinha Carnaval pela sugestão de um final feliz ao nosso amigo Rodolfo. Biazinha, o Rodolfo só terá a lhe agradecer pela dica.
Então, excepcionalmente amanhã o Fim de "Almas Gêmeas, uma história quase romântica". 
Não percam! 

Um comentário:

Unknown disse...

Olha estou muito feliz em ter contribuido com uma "dica " para o final Feliz dessa historia...e para o Rodolfo tambem, sinto-me imensamente feliz por ter feito um simples comentário e ser atendida assim....Para o poeta dessa história só tenho a agradecer por me proporcionar momentos de imensa alegria em estar compartilhando essas histórias conosco!! ès um poeta!! és um artista!! Parabens, sabe cativar e cultivar as pessoas que aqui passam com suas palavras!! Tem uma imaginaçãooooo "my goood"" que BELEZAAAA.... ès um MIMO ..um encanto.....
Agora achei que voce enrolou mais o Rodolfo...puxa sou muito bobinha mesmo eu estava acreditando piamente no que ele falava tão convicto, que o filho não era dele...(decpcionada mais uma vez....homens....homens,,,,,rsrrsrs).Bom afinal vou esperar amanha pra ver como VOCE POETA vai se sair dessa enroscada toda que tramou, traçou, teceu, retorceu em cima dele....e prometeu né?? FINAL FELIZZZZZZZZZZZ......me surpreenda ta???beijoooo com carinho sua #sereia da net....passando aqui só pra te encantar!! beijooooooooooooooooooooo

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