O Livro de um náufrago 12 – uma suruba ou uma tortura?

E você acreditou que eu iria realmente dormir?

É impossível um homem deitar-se ao lado de uma mulher como aquela e não pensar em safadeza por muito tempo. A crise de diarreia que a tinha acometido, de certa forma, tinha me deixado sem graça e sem desejo, mas bastou que, no meio da noite, eu acordasse sentido o contato com sua pele para que aquilo fosse esquecido de imediato. Eu estremecia de prazer em pensar numa mulher como ela que eu cobiçava todos os dias o retrato na parede do meu quarto, estava ali, num contato direto com o meu corpo. E eu fechava os olhos tentando espantar aqueles pensamentos, mas a imagem de Luana Petrarca (na foto ela estava de calcinha e sutiã insinuando que iria tirar a calcinha) deixava-me louco. E sem pensar duas vezes, fingindo que estava dormindo virei de frente e a abracei. Ele mexeu-se quase imperceptivelmente, devia estar dormindo e nem se dera conta que eu estava me aproveitando da situação. Abracei-a de olhos fechados fingindo que estava mesmo dormindo e continuei imóvel por alguns minutos esperando alguma reação da parte dela, mas nada, ela dormia profundamente. Passei a mão pelo seu braço carinhosamente e ela não acordou, abracei-a mais forte e encostei o meu rosto ao seu pescoço. Ela, então, se mexeu. Virou-se para o meu lado.

- O que você está fazendo?

- Ãh? - fingi que acordava. - O que foi?

- Eu perguntei o que você estava fazendo?

- Eu estava, desculpe-me, nem percebi que estava fazendo alguma coisa. Perdoe-me.

Ela sorriu quase imperceptivelmente.

- Tudo bem, vou fingir que você fez sem querer...

- Mas foi sem querer.

- Duvido.

- Se fosse por querer eu a teria segurado assim – disse eu e a abracei forte. Ela estremeceu.

- Entendi. Agora pode me soltar.

Foi quando, sem mais nem menos, três mulheres irromperam no escuro e pularam sobre a gente. Eu tentei defender-me achando que se tratava de algum ataque alienígena ou coisa que o valha. Quando percebi que eram as modelos, segurei a primeira que pude pelo o braço e gritei.

- O que é que vocês estão fazendo aqui, suas loucas.

- Juca, pelo amor de Deus, deixa a gente dormir aqui com vocês – disse Fernanda.

- Não sei se notaram, mas não cabe mais ninguém aqui.

- Por favor – disse Brenda. – Lá nós estávamos ouvindo uns barulhos estranhos parecendo de um lobo. Eu estou com medo de dormir lá.

- Não. Vocês podem tratar de se virar sozinhas. Eu não tenho nada a ver com esses seus chiliques. Aqui nessa ilha não tem lobo.

- E como é que você sabe? Nem ao menos sabe em que ilha estamos. Aqui pode ter até onça.

- Só se for a onça do seu nariz. Vocês são loucas! Fora daqui.

- Juca, paciência, elas estão com medo – defendeu Luana.

- Aqui não cabe mais ninguém, Luana.

- Nós damos um jeito desde que estejamos em segurança – disse Juliana.

- Que segurança? Vocês acham mesmo que se um lobo nos atacasse eu não seria o primeiro a correr?

- Não seria, não.

- Vocês é que pensam. Tudo bem, vai, podem ficar. Mas fique entendido que é só por essa noite, ouviram.

- Obrigada, Juca – disseram as três juntas. E virando-se para fora do trapiche. – Meninas, podem entrar que ele deixou a gente dormir aqui.

- Ei, eu não deixei...

Vi os vultos adentrarem a barraca e não pude acreditar que couberam todas elas ali dentro, a exceção é claro de Suzana, porque essa, certamente morreria, mas não demonstraria fraqueza.

Não sei de que forma todo mundo conseguiu entrar e deitar, sei que, no final da história, eu sentia uma cabeça encostada em minha barriga, alguém fungando no meu cangote, um pé sobre a minha cabeça e meus planos de atacar Luana indo pelo ralo. E foi a pior noite da minha vida, cercado por cinco mulheres lindas maravilhosas, mas sem beijar nenhuma, sem sacanagem com nenhuma e tendo que aguentar pancadas e roncos vindos de todos os lados. Que noite maravilhosa!

Continua amanhã...

Agora assista a isso.
Homem Fugindo de Mulher? Isso é incrível!
Goiano correndo de Mulher 

   

Gostou?

Eu escrevi para você!

Escreva para mim.

Deixe um comentário.