Depois há gente que tem coragem de dizer que milagres não existem, existem sim. Que pecado eu dizer isso! Mas aquilo era um milagre ou no pior dos casos a maior coincidência de minha vida. Eu estava pronto para ver tudo o que eu sempre quis e as situações favoreciam o meu plano. Quase rezei agradecendo, mas achei que ia ser sacanagem. Lembrei-me de O Segredo que eu assistira dias atrás, pensei comigo, só pode ser a lei da atração. Eu queria ver minha vizinha nua e o universo inteiro conspirava para que eu pudesse realizar meu sonho. Isso é incrível!
O muro que separava nossas casas era baixo, facilitaria e muito a minha invasão durante a noite, não tinha cachorro, nem alarme, nem porcaria alguma que pudesse me impedir. Passei todo o resto da tarde arquitetando uma forma de arrancar das mãos de minha mãe aquela chave. E a forma de usurpar aquela chave só apareceu quando minha mãe resolveu que deveria ir à casa de uma sua amiga buscar qualquer coisa que não me lembro o que era. Ela foi na boquinha da noite vendo que àquela hora não apareceria mais entregador algum para entregar o quer que fosse na casa de nossa vizinha. E para minha sorte a chave ficou dependurada junto às de nossa casa. Mal ouvi o barulho do portão se fechando corri pegar a chave e, aproveitando-me já da penumbra da noite, pulei o muro da casa da minha vizinha. Fui até a porta da frente e, por algum motivo que me era desconhecido, minhas pernas estavam bambas como nunca em minha vida. Era a emoção de poder compartilhar o mesmo espaço onde vivia minha deusa. Abri a porta antegozando aquele momento histórico e pouco a pouco fui olhando para a escuridão que já se formara lá dentro. Bati o dedo no interruptor e entrei. A casa estava organizada, limpa, com cheirinho de desinfetante.
O quarto de Ísis era o último do corredor. Rapidamente avancei casa adentro e em segundos segurava a maçaneta da porta do quarto de minha deusa. Abri a porta sem a hesitação de antes e adentrei aquele nicho de recato e pureza. As cortinas cor-de-rosa, a cama impecavelmente arrumada, o cheiro dela em cada canto da casa, tudo tinha a sua cara, o seu jeito casto e belo. Sentei-me em sua cama e não me contendo deitei-me sobre os seus lençóis que guardavam ainda o seu cheiro que era quase inebriante. Eu abraçava o colchão sentindo o cheiro dela e quase podendo senti-la em meus braços, quase podendo ouvi-la dizer “Meu amor, você finalmente veio”. Eu viera, era óbvio que eu estava ali, no lugar em que pretendia estar, estava vivendo o sonho que sempre sonhara.
Vi o espelho em que ela passava horas a se mirar, a penteadeira com seus perfumes e produtos de beleza, o seu guarda-roupa... Corri abrir a porta do guarda-roupa e retirar as suas roupas que levava ao nariz e cheirava, uma após a outra. O que eu mais queria, naquele momento, era que ela estivesse ali parada se mirando naquele espelho, nua, completamente nua. Eu tanto desejava isso que podia vê-la como um fantasma a passar de um lado para o outro do quarto desfilando sua beleza nua. Encontrei a sua gaveta de calcinhas... Nossa! Eu não tinha mais como sentir mais emoção, segurei uma vermelha de rendinhas que eu diria que estava faltando pano, era uma tira, não uma calcinha e quase involuntariamente enfiei a calcinha no meu bolso. Precisaria de uma relíquia onde seu cheiro estivesse presente.
Acho que aquele foi o momento mais excitante de minha vida até então, foi o momento em que meu amor ou sei lá que raio de doença era aquela que me consumia, sei que naquele momento imaginei-me um palito de fósforo ardendo em chamas e se consumindo rapidamente. Mas eu sabia que os meus momentos de reais excitações ainda estavam por vir. Eu a veria em toda a sua beleza, eu a veria.
Talvez as pessoas pensem que eu era um pervertido em busca de material que me pudesse servir em minhas horas de sexo solitário. Não, por favor, não pensem isso, não era isso. O que eu queria era ver a essência daquela mulher, os detalhes que me eram ocultos pelas roupas, mas não era exatamente algo como pornografia, não, queria-a nua como os anjos, queria-a nua com sua inocência e, certamente, eu pensava que seria um sortilégio, um crime, usar aquelas imagens em alguma forma de auto-satisfação. Eu queria mais do que o simples nu, eu queria o coração daquela mulher.
Levantei-me da cama num salto e rapidamente instalei minhas pequenas e quase imperceptíveis câmeras. Uma pus atrás do espelho, tomando o cuidado de remover uma pequena quantidade de tinta com um removedor para que ficasse um ponto transparente e eu pudesse vê-la a se mirar nua. É lógico que eu não podia prever se aquela câmera mal instalada me daria uma imagem nítida, mas ainda assim era tudo o que eu tinha e me apeguei àquela insanidade como um desesperado. A outra câmera não precisava de instalação, era uma simples caneta que pus junto às suas, sobre a escrivaninha, aquilo seria o suficiente para captar bons momentos. Não precisei ligar nenhuma delas já que havia controle remoto para isso. Você não me achou mesmo estúpido, achou? Eu era esperto, pagara naqueles aparelhos a economia de um ano inteiro e sabia que nada poderia sair errado.
Instalado todo o meu equipamento tratei de apressar o passo e voltar para a casa. No momento em que saltava o muro de casa minha mãe bateu o portão da frente. Adiantei-me e devolvi a chave ao mesmo lugar e fui para o meu quarto testar a imagem de minhas câmeras. Liguei o computador e ao acionar o mecanismo que ligava as câmeras pude ver que meu plano saíra como eu havia planejado, tudo como eu desejava. O quarto dela aparecia envolvido na escuridão, mas mesmo com a pouca luminosidade eu ainda podia distinguir muito dos objetos no quarto o que comprovava que a imagem que aquilo me proporcionaria seria perfeita. Deixei o computador ligado por alguns minutos nos quais a ansiedade e a excitação me dominavam. Mal podia esperar pelo dia seguinte quando ela chegaria toda linda e maravilhosa, certamente correria para o banheiro tomar um banho e se trocar logo em seguida. Pensando nisso mal consegui dormir naquela noite, revirava-me como um louco na cama.
continua amanhã...Assista
Vizinha se trocando
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