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domingo, 18 de julho de 2010

O que está desenhado na nota de cem Reais?

Joãozinho chegou a sua casa todo eufórico. O menino tinha seis anos. Pouco ou quase nada sabia sobre o dinheiro e, talvez, isso o levou a tomar uma decisão acertada sobre algo que poderia mudar a situação de sua família.
- O que é isso em sua mão, Joãozinho-? - perguntou-lhe a mãe vendo que na mão do filho havia algo que ela não via há um bom tempo, dinheiro. Mas se recusara, a princípio, a acreditar naquilo. – Me deixa ver o que é isso.
- Não é nada, mãe – respondeu o garoto inocentemente. – são só figurinhas que eu achei.
A mãe toma-lhe o maço de dinheiros da mão. Parece dinheiro. Tem o tamanho exato de uma cédula de dinheiro, ao tato se parece com dinheiro, mas o desenho que apresenta é algo que ela jamais vira em dinheiro algum, um peixe. Por isso desconfiou de que aquilo não fosse dinheiro de verdade. Por vias das dúvidas, resolveu esperar o marido chegar do serviço para que ele, com toda a sua experiência, pudesse afirmar-lhe a verdade sobre aquelas estranhas figurinhas. Enquanto isso o pequeno garoto observava a mãe.
- Mãe, me dá as minhas figurinhas que eu vou colar no meu caderno.
- Não. Onde você encontrou essas figurinhas, Joãozinho?
- Lá perto do Banco.
Isso reforçava a hipótese daquilo ser dinheiro.
- Eu já lhe disse para não ficar pegando coisas que não são suas.
- Mas estava jogado na calçada, mãe...
- Não interessa. Deixa isso comigo que eu vou mostrar para o seu pai.
O pai, Raimundo, trabalhava como servente de pedreiro, ganhava uma miséria por mês e mal conseguia pagar as suas contas básicas como água, luz e aluguel. Chegou a sua casa naquela sexta-feira, completamente esgotado. Tirou o sapato sujo de massa de concreto, deu um beijo na esposa, abraçou o filho e sentou-se no sofá. O odor do chulé dos seus pés empestou o ar, o que lhe valeu uma bronca da mulher.
- Vai tomar banho, Raimundo. Não coloca esses pés sujos sobre o sofá.
- Mas que caramba! A gente chega cansado de um dia longo de trabalho e ainda é obrigado a ter que fazer o que a mulher quer antes mesmo de podermos descansar um pouco. Deixa-me.
- Olha só o que o Joãozinho achou jogado na rua hoje.
- O quê?
- Está aí dentro da estante.
- Eu não vou pegar, não.
- O que custa? Ô homem morto – reclama a mulher indo até a estante e pegando o maço de figurinhas e jogando sobre o sofá, quase no colo do marido que olhava para a televisão e, sem interesse, pegou o pacote de figurinhas no sofá. Quando suas mãos sentiram o papel e seus olhos viram aquele grande peixe estampado no centro da nota de cem, ele deu um pulo, encarou a mulher e olhou em derredor como para se certificar de que não havia uma câmera escondida. A esposa vendo-lhe a reação, sorriu. - Isso é dinheiro, não é?
- Não, isso é muito dinheiro – disse o marido contando as cédulas. – Minha Nossa Senhora Aparecida, tem mais de cinco mil Reais aqui. É muito dinheiro! – de repente como se entendesse o que estava acontecendo, ele refreou seu sorriso e encarou a mulher. – De onde veio esse dinheiro?
- Já não disse que o Joãozinho encontrou na rua, perto do Banco.
- Quem será que perdeu essa grana toda?
- Não, sei... Vamos devolver?
- Nem nessa nem na próxima vida.
E o casal fez uma compra enorme, pagou as contas atrasadas, deram uma bicicleta ao filho e foram felizes até que as contas se acumularam novamente.

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