Como sobreviver ao lado de uma mulher - Parte I

Não é de hoje que ouço amigos falando que suas esposas, namoradas, “ficantes” são seres de outro mundo, que vieram de algum planeta bem distante do Sistema Solar. Seres que a Ciência não tem paciência de estudar e, mesmo se tivesse, não conseguiria entender. Tem alguns que vão além, dizem, está mais perto do homem entender todos os mistérios Divinos e ver Deus pessoalmente do que o dia em que um homem poderá entender completamente a cabeça de uma mulher.

Que maldade!

Talvez eu tenha exagerado um pouquinho, mas só um pouquinho, podem ter certeza. Eu ia, ia não, vou contar uma história que aconteceu com o amigo do primo do meu tio... Mentira, vamos colocar em pratos limpos, foi comigo... mas não foi, viu. Acreditem.

Primeiramente, vou marcar ponto com as mulheres. 

Eu defendo a tese de que as mulheres são seres incompreendidos, inseguros e que quanto mais problemas, maiores são suas necessidades de carinho, segurança e amor. A cabeça de uma mulher não foi feita para ser entendida, decifrada, seu coração está repleto de amor. Elas não têm problemas para pensar, aliás mulher não é muito razão, é mais sentimento e emoção. Palmas para mim? Fui um bom advogado de defesa?

 Teoricamente é simples. Mulher quer atenção, dedicação, exclusividade, beijinho e pelos menos dez beijinhos por dias e sempre saberem que estão certas, mesmo quando estão erradas e ouvir “eu te amo” no mínimo dez vezes por dia acompanhado pelos beijinhos que citei ali atrás... Ah, e um detalhe importantíssimo, dê muito chocolate à sua mulher, o chocolate tem capacidade de fazer o que muitos calmantes não conseguem, deixá-las mais tranquilas. E flores funcionam também, se bem que o efeito passa mais depressa. 

Fazer uma mulher feliz é muito simples, porém é nessa simplicidade que mora o perigo do fracasso.

Mulher é detalhista, muitas vezes o que ao homem não significa muita coisa, à mulher é questão de vida ou morte. E com mulher nada pode ficar subtendido, mulher odeia não concluir um pensamento. Para elas as coisas têm que ser claras, objetivas, sem margens para confusões ou discussões, como dizem por aí, pau é pau e pedra é pedra. E lógico que tudo isso deve ser de acordo com os critérios e regras pré-estabelecidas por elas ao longo de um relacionamento. 

E, sim, um homem pode viver de forma plenamente feliz ao lado de uma mulher desde que ele seja cego, surdo e mudo... Isso foi uma piada!

O homem pode ser feliz ao lado de uma mulher, sem tentar entendê-las, sem tentar fazer com que elas sejam seus amigos de boteco. Mulher nunca vai poder ser ou substituir um amigo, que você cutuca para falar da gostosona que passou, que sai para falar de futebol e encher a cara de cerveja, voltar para casa embriagado e acordar de ressaca pronto para outra. Mulher não é assim, não queira fazer da sua companheira um homem sem pênis, ela não o será. 

Mulher é outra coisa.
- mulher é conversa com conteúdo (embora eu conheça algumas que são piores do que homem para falar asneiras)
- é sentimento (ela não é muito chegada nessa história de ir para um motel com o primeiro macho que aparece simplesmente porque a noite está chata),
- é companheirismo,
- poucas delas gostam de falar sobre futebol (mas adoram falar sobre novela, BBB e alguns programas de fofoca e barraco) e
- muito raramente você encontrará uma mulher que entenderá o que você viu para olhar aquela baranga ridícula, sem bunda e sem peito que passou ao seu lado e você não conseguiu disfarçar o olhar. (ela não era feia? Não na sua visão).

E a coisa que 99,99999999% das mulheres odeiam em seus homens – o boteco, a gandaia.

Ela não consegue, na maioria dos casos, entender porque seus maridos, namorados, “ficantes”, preferem deixar de estar ao seu lado para ficar sentado ao redor de uma garrafa de cerveja, falando sobre futebol, sexo e sexo, ao invés de estarem ao seu lado curtindo um momento suave, calmo e apaixonante, ou até mesmo, fazendo sexo. Mas cabe lembrar a vocês mulheres, que isso não é uma troca, não é que eles prefiram os botecos em detrimento a vocês, oh, não. São coisas distintas. A mulher é o seu ninho, o seu aconchego; enquanto o boteco é o seu consolo, o seu antidepressivo, o momento único em que não há limites para as suas palavras e nem olhares de censura à seu comportamento tipicamente machista. O que propõe que homens e mulheres são realmente bem diferentes, interpretam tudo de forma distinta. O que para o homem pode ser um gostoso divertimento, para a mulher pode significar desperdício de tempo e dinheiro.  

O único problema mora em alguns detalhes...

Foi pensando nisso que naquele dia eu cheguei em casa, abri a porta e objetivamente anunciei à minha esposa.

- Estou indo para o boteco.


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